Para se construir uma dança a partir da arquitetura, e que esta se remeta à arquitetura de uma cidade, e para não se cair no óbvio e nem ficar-se preso a uma simples mimese dos estilos utilizados para a construção das edificações, ou das próprias edificações e movimentos, contidas nessa cidade, é proposto conhecer a cidade pelo viés do labirinto, o mesmo utilizado pelo grupo internacional situacionista, onde a proposta era vagar pela cidade, sem destino, propor se perder, estar a deriva, para assim, conhecer nuances da cidade as quais não se teria acesso, se não, pelo meio de uma experiência de flaneur.
No centro da cidade está escrito em suas ruas, monumentos, edificações e fachadas muito de sua história e de seus costumes, uma vez que é nele que se concentram atividades de interesses gerais para todos os níveis de habitantes. Nele se reúne pessoas de todos os credos e níveis sociais, tornando um lugar neutro e imparcial, um espaço propício a diferentes situações e formas de usos, propício para intercambio e liberdade de expressão.
Na dinâmica do centro de grandes cidades é possível encontrar locais sem uso, significado e sem nome. Lugares marginais no centro de uma cidade. Interstícios de uma ocupação planejada por um urbanismo que pensa nas funções específicas para cada espaço, e esse como algo engessados e não dinâmico.
Manifestações de arte urbana costumam emergir nesses locais, conferindo uma compreensão diferente de quem os experimenta. Os artistas encontram ali um ótimo lugar de exposição, barato e de muito acesso, enquanto os transeuntes, no lugar de apenas passar, experimentam uma experiência estética, que leva a estímulos dos sensores e também de crítica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário