Blog de NEKApoéticasCORPORAIS sobre o processo de pesquisa e criação do projeto "Intersecções entre Arquitetura e Dança: corpos edificados e espaços dançantes", aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia, 2011. NEKA poéticas corporais é um grupo independente, que se dedica a pesquisar processos de composição da cena para criar trabalhos artísticos em que o corpo é revelado como produtor de sentidos reverberantes. Conheça mais o nosso trabalho no site www.nekaarte.com.br
24 de nov. de 2011
pensamentos rápidos: onde localiza o seu drama??
vamos então em busca desta imagem,
"... uma imagem que perturba as noções de espacialidade comumente considerada capaz de reduzir as perturbações e de devolver o espírito à sua posição de indiferença diante de um espaço que não tem dramas a localizar." (BACHELARD, 2003).
23 de nov. de 2011
Sobre o labirinto
Para poder penetrar no labirinto, percorrê-lo, faz-se necessário saber seguir, com os passos, a música dos seus meandros. Em lugar de andar, é preciso saber dançar. O espaço da vertigem é o espaço dançado: ou o acompanhamos, ou caímos no vazio. Para dominar o labirinto, é preciso voar, mas antes de aprender a voar, é necessário aprender a dançar. O labirinto implica o aprendizado da dança (JACQUES, 2001:85).
Já nos anos 1960, os surrealistas realizavam perambulações pela cidade, o que eles chamavam de “acaso objetivo”, ou a deriva urbana dos situacionistas, que seria perder-se propositalmente na cidade para praticá-la vivenciá-la. O ato de experienciar a cidade imprime no corpo as percepções que teve dela, quanto mais os sentidos estiverem abertos às percepções, maior a apreensão desse espaço, o que tem o nome de corpografia urbana, que Jaques (2006, p.119) classifica como “a memória urbana no corpo, o registro de sua experiência da cidade”. Para essa percepção a cidade precisa ser tateada e sentida, através de seus cheiros e sons, e o olhar compõe experiência, na contramão da experiência de viver a cidade somente a partir da visão, o que revela uma percepção superficial de todo o conjunto . Seria a prática labiríntica da cidade.
Teseu e seus companheiros, no mito do labirinto, fazem uma dança que imita os caminhos sinuosos do labirinto de Cnossos, dança ensinada por Dédalo, o arquiteto do labirinto. De forma análoga, nas favelas do Rio de Janeiro dança-se o samba, que parece ter uma relação mimética com o ritmo das quebradas e meandros dos becos da favela.
O samba dançado seria, portanto, uma representação do percurso das favelas, a expressão da experiência espacial labiríntica que contagia os movimentos do corpo. Quem dança o samba repete a experiência física de percorrer os meandros das favelas; esse espaço confuso, difícil de ser apreendido, encontra, assim, sua melhor representação (JACQUES, 2001:67).
A materialidade do espaço possui uma musicalidade, determinada pela forma que esse apresenta. A palavra ritmo pode servir tanto para designar a ordenação de elementos no espaço, ou do próprio espaço, quanto para designar a cadência de uma música. O espaço mais ritmado é também mais musical, portanto mais fácil de ser apreendido através da escuta do que da visão, mais prático se for dançado do que andado.
A dança condensa a música e dilui a arquitetura. A dança transforma o espaço em movimento: temporaliza o espaço. A música, disciplina temporal, e a arquitetura, disciplina espacial, se casam na dança, disciplina do movimento.
O espaço labiríntico é o espaço em movimento (JACQUES, 2001:85).
Todo e qualquer espaço tem a propriedade de formar e transforma o corpo de uma pessoa que o pratica. Acredita-se que seria interessante um estudo voltado à corporalidade de pessoas com deficiência visual ou auditiva. De que maneira essas pessoas percebem o mundo e quão sensíveis a ele elas são? Qual a corparalidade dessas pessoas?
A dança, como já mencionado na introdução deste trabalho, é uma atividade multisensorial que exige uma percepção mais aguçada por parte do corpo dançante, e se nessa dança é transmitido, além de um texto e um tema, informações sobre o lugar e a cultura de maneira direta ou indireta, por meio de elementos presentes no corpo de quem dança, é pertinente que se estude o espaço gerado por um corpo enquanto dança. Assim, partir desse espaço é possível a utilização do mesmo para a aplicação em experiências corporais que reportem à dança geradora do espaço.
Referência bibliográfica:
JACQUES, Paola Berenstein. Estética da Ginga – A arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/RIOARTE, 2001.
22 de nov. de 2011
Sobre a Cidade
Para se construir uma dança a partir da arquitetura, e que esta se remeta à arquitetura de uma cidade, e para não se cair no óbvio e nem ficar-se preso a uma simples mimese dos estilos utilizados para a construção das edificações, ou das próprias edificações e movimentos, contidas nessa cidade, é proposto conhecer a cidade pelo viés do labirinto, o mesmo utilizado pelo grupo internacional situacionista, onde a proposta era vagar pela cidade, sem destino, propor se perder, estar a deriva, para assim, conhecer nuances da cidade as quais não se teria acesso, se não, pelo meio de uma experiência de flaneur.
No centro da cidade está escrito em suas ruas, monumentos, edificações e fachadas muito de sua história e de seus costumes, uma vez que é nele que se concentram atividades de interesses gerais para todos os níveis de habitantes. Nele se reúne pessoas de todos os credos e níveis sociais, tornando um lugar neutro e imparcial, um espaço propício a diferentes situações e formas de usos, propício para intercambio e liberdade de expressão.
Na dinâmica do centro de grandes cidades é possível encontrar locais sem uso, significado e sem nome. Lugares marginais no centro de uma cidade. Interstícios de uma ocupação planejada por um urbanismo que pensa nas funções específicas para cada espaço, e esse como algo engessados e não dinâmico.
Manifestações de arte urbana costumam emergir nesses locais, conferindo uma compreensão diferente de quem os experimenta. Os artistas encontram ali um ótimo lugar de exposição, barato e de muito acesso, enquanto os transeuntes, no lugar de apenas passar, experimentam uma experiência estética, que leva a estímulos dos sensores e também de crítica.
19 de nov. de 2011
17 de nov. de 2011
Qual será o futuro de Gyn? Plano diretor e a cidade 2.
13 de nov. de 2011
Paralelos e redondos corporais: a experência da bola suíça no corpo que busca edificar-se
12 de nov. de 2011
Art Déco em Goiânia.
Arquitetura Art Déco em Goiânia
Foi o Art Déco que inspirou os primeiros prédios de Goiânia, nova capital de Goiás, projetada em 1933 por Atílio Correa Lima, sendo que o acervo arquitetônico de Goiânia é considerado um dos mais significativos do país. Alguns dos exemplos mais significativos do Art Déco no Brasil são a torre do relógio da Central do Brasil e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.”(Fonte: Wikipedia)
Relação dos prédios públicos e demais obras tombadas como acervo arquitetônico e urbanístico Art Déco de Goiânia:
Fontes luminosas; Fórum e Tribunal de Justiça; Residência de Pedro Ludovico Teixeira; Edifício do antigo Departamento Estadual de Informação; Obeliscos com luminárias; Palácio das Esmeraldas; Edifício da antiga Delegacia Fiscal; Edifício da antiga Chefatura de Polícia; Edifício da antiga Secretaria geral; Torre do Relógio; Edifício do Tribunal Regional Eleitoral; Edifício do Colégio Estadual Lyceu de Goiânia; Edifício do Grande Hotel; Edifício do Teatro de Goiânia; Edifício da antiga Escola Técnica de Goiânia; Edifício da antiga Estação Ferroviária; Mureta e Trampolim do Lago das Rosas; Edifício do antigo Palace Hotel; Edifício da antiga Subprefeitura e Fórum de Campinas; Traçado viário dos núcleos urbanos pioneiros. (Fonte: Prefeitura de Goiânia)
Alguns exemplos art déco da cidade:
Palácio das Esmeraldas
Centro Cultural Marieta Telles Machado
Monumento às Três Raças (Praça Cívica)
Coreto (Região da Praça Cívica)
Praça do Bandeirante (Cruzamento Av. Anhanguera e Av. Goiás)
Torre do Relógio (Av. Goiás)
Av. Goiás (reformada com características de sua inauguração em 1933)
Antiga Estação Ferroviária
Mureta do Lago das Rosas
Teatro Goiânia
Museu Zoroastro Artiaga
Edifício da antiga Escola Técnica de Goiânia (agora CEFET-GO)